“Cirurgia de Malucelli”

Nas cirurgias de pectus, selecionei, desenvolvi e agrupei aproximadamente 8 técnicas cirúrgicas e que, ou foram desenvolvidas por nós nos últimos 32 anos de prática, ou que escolhemos dentre as mais de 30 técnicas descritas na literatura médica mundial. A essa associação de técnicas chamamos de “Cirurgia de Malucelli”.

Palavras do Dr. Malucelli

Eu tenho atualmente uma das maiores experiências brasileiras e mundiais no tratamento dos diversos tipos de pectus. Iniciei em 1989 e atualmente já avaliamos mais de 2.400 pacientes e já realizamos mais de 460 cirurgias de todos os tipos de pectus.

 

Nesses 32 anos tive a oportunidade de desenvolver técnicas, de criar materiais cirúrgicos e de praticar e aprender todas as cirurgias descritas na literatura mundial.

Após avaliar cada pessoa e as característica de seu pectus (deformidade torácica) eu escolho quais técnicas empregarei e que, ou foram desenvolvidas por nós nos últimos anos de prática, ou que escolhemos dentre as mais de 30 descritas na literatura médica mundial. Por isso essa associação nós chamamos de “técnicas de Malucelli”.

Com essa associação de técnicas é possível tratar todos os tipos de pectus /deformidades do tórax (excavatum, carinatum, mixto, iatrogênico, associações, re-operações, etc), lesões benignas e também as deformidades torácicas malignas (câncer).

Tudo o que está escrito nesse site foi meticulosamente escolhido e escrito por mim.

Percebendo a necessidade de fazer a correção de outras estruturas em conjunto com os pectus eu desenvolvi táticas e algumas técnicas que nos permitem fazer isso. Também criei e/ou melhorei materiais cirúrgicos para possibilitar a realização de todos os tratamentos descritos abaixo: pectus + elevação de rebordos; pectus + diminuição da cintura/abdômen; pectus + diminuição das clavículas; pectus + diminuição do manúbrio esternal; pectus + ginecomastia/lipomastia; pectus + músculos peitorais; pectus + prótese de mamas; pectus + prótese de músculos peitorais; próteses de silicone para pectus; pectus + Lipoaspiração ou lipoescultura; pectus + lipoenxertia; pectus Re-operações; pectus iatrogênico e síndromes; pectus + doença cardíaca.

Veja mais em “Cirurgia de Malucelli” + Procedimentos Conjuntos

Me mantenho atualizado e troco experiências participando dos principais congressos mundiais dessa área onde o evento mais conhecido é promovido pelo grupo de interesse da parede torácica “Chest Wall International Group” (CWIG) onde trocamos e-mails com os mais renomados cirurgiões sobre casos clínicos/cirúrgicos complexos e suas soluções.

Dr. Malucelli

Fonte bibliográfica – experiência pessoal de 32 anos e últimos eventos mundiais que o Dr. Malucelli participou: encontro mundial do “CWIG” (chest wall international group – grupo mundial que estuda o tratamento dos pectus) na Coreia do Sul em 2013; encontro mundial do “CWIG” na Dinamarca em junho de 2015; Congresso Sul Brasileiro de Cirurgia Torácica (2016), encontro mundial do “CWIG” na Itália, Florença em 2017. Encontro mundial do CWIG – 2018” na Coreia do Sul.

Veja mais em Curriculo Dr. Malucelli

Porque essa técnica permite tratar todos os tipos de pectus?

A técnica é muito versátil e permite que façamos a recolocação das cartilagens e costelas para quase todas as direções por isso pode ser empregada tanto no pectus excavatum, no carinatum, no mixto, no pectus iatrogênico (causado por alguma cirurgia no tórax), no pectus recidivado (pessoas que foram operadas com outras técnicas e não ficaram satisfeitas), também desenvolvemos técnicas especiais para solucionar a elevação dos rebordos costais que é a transição entre o tórax e o abdome (flare ribs).

Portanto, a “técnica de Malucelli” pode ser utilizada em todos os tipos de deformidades torácicas tanto simétricas quanto assimétricas, nas benignas e nas malignas (tumores).

Tipos de pectus que tratamos “Cirurgia de Malucelli”

Pectus Carinatum assimétrico (um lado mais elevado que o outro).

Pectus Carinatum leve em criança.

Pectus Carinatum associado a elevação dos rebordos costais.

Pectus Carinatum intenso assimétrico (um lado muito mais elevado que o outro) e o osso esterno completamente rodado.

Pectus Excavatum simétrico, localizado.

Pectus Excavatum com afundamento abaixo do musculo peitoral e elevação dos rebordos costais.

Pectus Excavatum com afastamento dos músculos peitorais e elevação das cabeças das clavículas.

Pectus Excavatum intenso com elevação dos rebordos costais (aumento da cintura).

Pectus excavatum intenso assimétrico (um lado muito mais afundado que o outro) e o osso esterno completamente rodado.

Pectus Excavatum com afastamento dos músculos peitorais.

Pectus Carinatum intenso associado a compressão “contenção” pulmonar em criança, .chamado de tórax asfixiante.

Pectus Excavatum intenso associado a compressão cardíaca e pulmonar em criança.

Qual é o objetivo da Cirurgia e como atingí-lo

O nosso objetivo nosso é corrigir as curvaturas das cartilagens costais (condroplastias) defeituosas, do osso esterno e dos ossos das costelas (osteoplastias).

Para isso nós desenvolvemos / escolhemos materiais cirúrgicos desenvolvidos especialmente para esse fim.

“Cirurgia de Malucelli” como é feita:

Sempre antes da realização da cirurgia realizamos algumas medições na tomografia e/ou ressonância magnética do tórax, na radiografia e especialmente no corpo do paciente (feita na sala cirúrgica com o paciente deitado e anestesiado). Dessa maneira conseguimos obter os comprimentos e angulações do Pectus, possibilitando que seja feita uma correção cirúrgica precisa e consequente obtenção de melhores resultados pós-operatórios.

Ainda em fase de desenvolvimento, estamos avaliando o uso de um scanner 3D do corpo. Assim poderemos fazer mais essa avaliação na consulta pré-operatória.

1 – A Incisão na pele
2 – Após a incisão devemos soltar o osso esterno das cartilagens/costelas
3 – Agora usamos nosso elevador
4 – Barra / Placa de sustentação retroesternal
5 – Realização das micro torções e micro rotações
6 – Re-implante das cartilagens
7 – Cirurgia de Malucelli + Procedimentos Conjuntos
8 – Finalização

1 A Incisão na pele

As cirurgias são realizadas com uma cicatriz na “frente” do tórax e tem em média entre 13 a 16 centímetros (dependendo da estatura de cada pessoa e localização das curvaturas do pectus e se a pessoa já foi ou não operada).

Em mulheres nós recomendamos que a cicatriz fique no sentido transversal, acompanhando a linha abaixo dos seios sulco submamário), pois os seios/sutiã /biquini irão cobrir a cicatriz.

Em homens, a cicatriz fica preferencialmente no sentido longitudinal (de cima a baixo na região anterior do tórax), pois essa é uma cicatriz mais “masculina” e evita que ocorram “dobras” da pele abaixo dos músculos peitorais caso a pessoa engorde ou hipertrofie seus músculos. Mas se for o desejo da pessoa cicatriz transversal pode ser realizada.

2 Após a incisão devemos soltar o osso esterno das cartilagens/costelas

Desenvolvemos materiais cirúrgicos específicos (descoladores e cabos de bisturi com curvaturas adequadas) e que nos permitem soltar as cartilagens sem danificar estruturas vizinhas. Iniciamos tudo soltando parte da membrana que circunda as cartilagens e a seguir soltamos / desinserimos elas do osso esterno. O número de cartilagens que devem ser soltas do osso esterno está na dependência de que tipo / extensão ocorre o pectus e isso é decidido no momento da cirurgia.

Nas imagens abaixo estamos demonstrando um pectus “completo” (que envolve todo o tórax).

As setas vermelhas nas imagens abaixo mostram onde realizamos a incisão das membranas que envolvem as cartilagens.

As setas azuis nas imagens abaixo mostram onde soltamos / desinserimos as cartilagens costais do osso esterno.

As setas verdes mostram que quando o paciente apresenta elevação dos rebordos costais nós soltamos / desinserimos essas cartilagens até as regiões bem inferiores e assim conseguimos que a pessoa fique mais acinturada / ocorrer diminuição do abdômen.

3 Agora usamos nosso elevador

Desenvolvemos um “elevador” que é fixado na mesa cirúrgica e nos permite elevar o osso esterno, afastando-o das estruturas torácicas nobres (pulmão e coração) e que nos permite ajustar ele precisamente onde deverá ficar.

4 Barra / Placa de sustentação retroesternal

Uma verdade absoluta é que se não for utilizada nenhuma barra/placa na cirurgia de pectus, tanto no excavatum quanto no carinatum e no mixto, quase sempre haverá fracasso.

Devido a pressão negativa intratorácica o osso esterno irá “ceder / afundar” com o passar das semanas. Por isso para sustentar o osso esterno na posição adequada até que haja a formação dos calos ósseos nós utilizamos uma barra/placa cirúrgica que é curvada durante a cirurgia possibilitando corrigirmos qualquer tipo de curvatura / protrusão ou afundamento.

Obs: essa barra/placa, na “Cirurgia de Malucelli”, não precisa ser retirada nunca mais.

A Imagem abaixo mostra diversos tipos de placas / barras de sustentação que podemos utilizar nessa cirurgia.

Para essa etapa utilizamos materiais cirúrgicos para curvar a barra/placa de sustentação do osso esterno. Desenvolvemos “dobradores” que podem ser utilizados para os ajustes “finos” dessas curvaturas. Assim conforme curvarmos a placa haverá uma excelente correção das curvaturas tanto nos pectus simétricos quanto nos assimétrico (quando tem rotação do osso esterno).

Na imagem abaixo um pectus excavatum (em mulher e em homem) sendo corrigido / curvado por nosso elevador. As setas vermelhas mostram a barra / placa retroesternal (após ter sido curvada conforme a necessidade) colocada abaixo do osso esterno (posicionando-o perfeitamente) e fixadas nas costelas de cada lado do tórax tanto em mulheres quanto em homens.

Na imagem um pectus excavatum (em mulher e em homem) sendo corrigido / curvado por nosso elevador. As setas vermelhas mostram a barra / placa retroesternal (após ter sido curvada conforme a necessidade) colocada abaixo do osso esterno (posicionando-o perfeitamente) e fixadas nas costelas de cada lado do tórax tanto em mulheres quanto em homens.

Na imagem um pectus carinatum sendo corrigido. A seta vermelha mostra a barra / placa retroesternal (após ter sido curvada conforme a necessidade) colocada abaixo do osso esterno (posicionando-o perfeitamente) e fixada nas costelas de cada lado do tórax.

Na imagem abaixo um pectus assimétrico para a direita e para a esquerda / Mixto sendo corrigido. A seta vermelha mostra a barra / placa retroesternal (após ter sido curvada conforme a necessidade) colocada abaixo do osso esterno (posicionando-o perfeitamente) e fixada nas costelas de cada lado do tórax.

5 Realização das micro torções e micro rotações

Aqui também desenvolvemos materiais cirúrgicos específicos (tipos de alicates com curvaturas adequadas) que nos permitem realizar micro torções e micro rotações das cartilagens, das costelas e do osso esterno. Portanto, na “Cirurgia de Malucelli” nós NÃO retiramos as cartilagens defeituosas como é feito na técnica de Ravitch.

Na imagem abaixo um pectus (em mulher e em homem). A seta vermelha mostra a placa / barra retroesternal fixada nas costelas e elevando o osso esterno. As setas pretas mostram como fazemos a correção dos rebordos costais deixando a pessoa mais acinturada / diminuição do abdômen superior. As setas azuis mostram um ponto cirúrgico que aproxima os rebordos e deixa a pessoa acinturada / diminui  abdômen superior.

6 Re-implante das cartilagens

Utilizamos fios cirúrgicos absorvíveis e em algumas áreas inabsorvíveis para re-implantarmos TODAS as cartilagens costais ao osso esterno (agora colocado na posição adequada). Após 4 a 6 meses haverá formação de calos ósseos e as estruturas do tórax ficarão completamente consolidadas e até mais “fortes” do que eram antes.

Na imagem um pectus (em mulher e em homem). As setas vermelhas mostram fios cirúrgicos fixando / reimplantando as cartilagens costais ao osso (agora colocado na posição adequada). As setas azuis mostram a placa / barra retroesternal mantendo o osso esterno na posição adequada até que haja a formação dos calos ósseos. As setas verdes mostram como fazemos a correção dos rebordos costais deixando a pessoa mais acinturada / diminuição do abdômen superior.

7 Cirurgia de Malucelli + Procedimentos Conjuntos

A partir dessa fase quando há indicação / necessidade de corrigir outras estruturas como: os rebordos costais e /ou o implante de próteses de mamas (para mulheres que tem esse desejo), e/ou correções da parede abdominal (flacidez), e/ou ajustar a  localização da implantação dos músculos peitorais, e/ou das cabeças das clavículas, essa técnica permite isso.

Veja mais em “Cirurgia de Malucelli” + Procedimentos Conjuntos

8 Finalização

Durante todas as etapas das correções dos pectus utilizamos técnicas de cirurgia plástica. Dessa maneira a cicatriz cirúrgica torna-se menos perceptível e esteticamente melhor.

E quando há necessidade contamos com o auxílio de algum dos cirurgiões plásticos de nosso grupo para fazermos a colocação de próteses mamárias de silicone durante a cirurgia do pectus (técnica desenvolvida por nosso grupo).

Na imagem de uma paciente, mulher, deitada na mesa cirúrgica portadora de pectus excavatum (seta vermelha), associado a elevação dos rebordos costais (seta azul). Na foto a direita é o pós operatório onde a seta verde mostra que além de corrigirmos o pectus também corrigimos / colocamos próteses de mamas, tudo na mesma “Cirurgia de Malucelli”.

Na imagem de um paciente, masculino, deitado na mesa cirúrgica portador de um pectus excavatum (seta vermelha) associado a elevação dos rebordos costais (seta azul). Na outra imagem é o pós-operatório onde a seta vermelha mostra a cicatriz e a excavação do pectus já corrigida. A seta azul mostra a elevação dos rebordos costais corrigida. A seta verde os microdrenos que ficam no pós operatório. Tudo foi solucionado na mesma “Cirurgia de Malucelli”.

A imagem mostra um paciente, sexo masculino, sentado e depois deitado na mesa cirúrgica portador de um pectus Mixto pois tem áreas de elevação (seta vermelha) e de excavação (seta azul), associado a elevação dos rebordos costais (setas averdes).

Na última imagem é o pós-operatório onde as setas vermelha e azul mostram a cicatriz e as deformidades do pectus já corrigidas. As verdes mostram as elevações dos rebordos costais corrigidas. A seta amarela um microdreno que fica no pós-operatório. Tudo foi solucionado na mesma “Cirurgia de Malucelli”.

A imagem mostra um paciente, sexo masculino, em pé portador de um pectus Carinatum (seta vermelha) e que NÃO está associado a elevação dos rebordos costais (seta azul).

Na outra imagem é o pós-operatório, 3 anos após onde a seta vermelha mostra a cicatriz e o pectus já corrigido. Tudo foi solucionado na mesma “Cirurgia de Malucelli”.

Vantagens da “Cirurgia de Malucelli”

  • Cirurgia menos invasiva, pois, é realizada somente na região superficial do tórax.
  • Soluciona qualquer tipo de pectus (excavatum, carinatum, mixto, iatrogênico, recidivado, etc) tanto simétricos quanto os assimétricos com grande precisão.
  • a cirurgia quase sempre pode ser realizada em pacientes de qualquer idade.
  • O uso de técnicas de cirurgia plástica durante toda a cirurgia faz com que a cicatriz fique menos perceptível.
  • Pós-operatório menos doloroso e a barra/placa cirúrgica utilizada fica ao nível das costelas e não dentro da cavidade torácica e, não precisa ser retirada.

Desvantagens

  • Gera cicatriz na pele de aproximadamente 13 a 16 centímetros.